Marina Caixeta e Raul Fitipaldi entrevistaram o professor da UFSC e jornalista Samuel Pantoja Lima no Mural da Manhã de segunda-feira, 03 de junho sobre a comunicação do Governo Federal.
Por Redação/Portal Desacato
Samuel destacou a necessidade de diferenciar entre comunicação política e comunicação pública. Após o golpe contra a Presidenta Dilma em agosto de 2016, houve um desmonte da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação que havia sido criada pelo governo Lula 2 lá em 2007, 2008, para construir a partir dali uma opção de comunicação pública que envolvesse um conjunto de entidades comunitárias: rádios, TVs comunitárias, entidades educacionais, etc. Esse projeto nunca foi implementado 100% e ele foi desmontado durante os governos Temer e Bolsonaro. Nesse período, dois programas de demissão voluntária aconteceram, saíram mais de 300 trabalhadores. O atual governo parece não estar sensibilizado ainda para a necessidade do concurso público porque não revoga a portaria que declarou extinta a carreira de jornalista no serviço público.
A explicação para essa derrota no campo comunicacional se dá também, segundo expressa Samuel, por uma decisão deste governo que foi uma divisão chamada de chão de fábrica: foi colocada a metade dos trabalhadores que sobraram desses dois programas de demissão voluntária no que o governo chama de governamental e outra metade na pública. Tem uma inação, uma falta de ação política que pudesse ao mesmo tempo robustecer o jornalismo público, ir para essa disputa da hegemonia de uma maneira mais ampla e, por outro lado, ter a comunicação institucional que cobrisse atos e fatos que o Governo Federal realiza, organiza ou propõe.
Ao mesmo tempo, não se pode atribuir os erros políticos do governo Lula apenas à Secom (Secretaria de Comunicação). Tem problemas políticos com o Congresso, que não são problemas de comunicação.
Assista à entrevista completa no vídeo abaixo: