Cada dia mais seguras de si e do seu poder para construir novas narrativas e continuar as narrativas originárias, as mulheres indígenas utilizam as câmeras também como ferramenta de luta para mostrar o cotidiano nas aldeias, reivindicar direitos, denunciar retrocessos e a violação de direitos, para ocupar seu espaço na sociedade indígena e não indígena, e como aliada para ajudar na elaboração de práticas anticoloniais e antirracistas”. A afirmação é do site da Rede Katahirine, que reúne mulheres indígenas cineastas.
Por Por Beatriz de Oliveira/ Nós, mulheres da periferia
O nome “Katahirine”, que significa constelação na etnia Manchineri, reflete a intenção da rede de conectar mulheres indígenas no campo audiovisual. A principal ação da Rede é o mapeamento do cinema indígena feminino, que já identificou 75 cineastas em todo o Brasil, das quais 69 são membros da rede.
As cineastas estão distribuídas da seguinte forma: 23 na Amazônia, 7 na Caatinga, 17 no Cerrado, 20 na Mata Atlântica e 2 no Pampa. O Pantanal é o único bioma sem representação no mapeamento.
Com base nesse mapeamento, o Nós, mulheres da periferia selecionou cinco cineastas indígenas para você conhecer. Confira!
Originária do povo Tapajós, na Amazônia, Priscila é cineasta, fotógrafa e comunicadora. Dirigiu a websérie “Ãgawaraita” (2022) e o curta “Tapajós Ãgawaraitá” (2022), além de ter atuado como diretora de fotografia em produções como “Arapyau: Primavera Guarani” (2018) e “Sou Moderno, Sou Índio” (2022).
Indígena Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe, Olinda é jornalista, curadora, performer, cineasta e ativista ambiental. Entre seus trabalhos está a produção e direção do curta “Equilíbrio” (2020) e a coautoria do Especial “Falas da Terra” (2021), produzido pelos Estúdios Globo.
Natali Mamani é indígena Aymara e imigrante boliviana. Faz experimentações em videoarte, filme-ensaio e performance. Entre suas produções estão a obra “El Danzante” (2020) e o filme-ensaio “THAKHI” (2020).
Renata Machado é indígena Tupinambá e atua como jornalista, roteirista, consultora, curadora e poeta. Trabalhou como roteirista e assessora na série “Sou Moderno, Sou Índio (2021)”, como roteirista e consultora em “Histórias (Im)Possíveis”, produzida pela TV Globo, e como co-roteirista em “TARÔ, série de produção nacional do Disney+.
Graciela Guarani é do povo Guarani Kaiowá, nasceu aldeia Jaguapiru (MS), e atualmente mora na Terra Indígena Pankararu (PE). Trabalha como produtora cultural, diretora, roteirista, curadora e educadora em audiovisual. Dirigiu o documentário “My Blood is Red” (2020) e as vídeo-cartas “Nhemongueta Kunhã Mbaraete” (2020), além de ter participado de “Falas da Terra“, especial da Rede Globo, e da série “Cidade Invisível“, produção da Netflix.
Para conhecer mais cineastas indígenas e a atuação da Rede Katahirine acesse o site e rede social da iniciativa.