Os sindicatos de jornalistas do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se solidarizam e se colocam à disposição da jornalista Verônica Dalcanal, correspondente da TV Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que foi assediada sexualmente neste sábado (3/07) enquanto estava ao vivo.
Verônica contou, durante link no Repórter Brasil, a grave situação que viveu com um grupo de torcedores. É inadmissível que profissionais ainda se sintam desprotegidas para realizar seu trabalho no maior evento esportivo do mundo, justo no ano em que – como a própria jornalista ressaltou – há equiparação de mulheres e homens entre atletas participantes.
O assédio é não só uma grave violência contra a mulher, mas uma intimidação misógina ao exercício do jornalismo por ela. Seu corpo não é público e seu lugar profissional também deve ser respeitado. Foram muitos obstáculos machistas ultrapassados para que mulheres fizessem cobertura esportiva. Nenhum passo atrás será dado – ao contrário. Comportamentos como esse devem ser investigados e reprimidos.
A Empresa Brasil Comunicação (EBC) tem o dever de assegurar suporte à profissional, posicionamento público contundente contra o ataque e cobranças às autoridades pertinentes. Apesar das palavras de apoio do apresentador do jornal em que a repórter narrou a violência, esperamos uma atitude formal da alta gestão da EBC.
As entidades colocam à disposição da jornalista os seus jurídicos e suas vozes. O fato não pode ser normalizado como um empecilho rotineiro, e nenhuma jornalista deve enfrentar sozinha qualquer abuso, assédio ou violência cometido contra ela no exercício da profissão.
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)
Sindicatos dos Jornalistas do Rio, DF e SP
Associação Brasileira de Imprensa (ABI)