As ameaças em curso contra as democracias latino-americanas. A apropriação da revolução tecnológica pelo capital. A expansão da extrema-direita no continente. A necessidade de integração entre os países da América Latina. Estes foram alguns dos temas debatidos na primeira noite do Seminário Internacional Comunicação para a Integração, entre os dias 20 e 22 de setembro na Casa Popular do MST.
Por Tatiana Carlotti
Fotos: Priscila Ramos/MST
A Atividade foi promovida pelo Centro de Estudos Alternativa Barão de Itararé e pela agência Inter Press Service (IPS) e teve o apoio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), através do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).O encontro reuniu jornalistas de veículos de comunicação na região, comunicadores e pesquisadores para pensar coletivamente as possibilidades efetivas de integração do setor no continente.
A primeira mesa, de caráter mais conjuntural e coordenada pelos jornalistas e diretores do Barão de Itararé, Felipe Bianchi e Carlos Tibúrcio, debateu Os desafios da democracia na América Latina.
Participaram da discussão Fernando Morais, o escritor e presidente da IPS no Brasil; Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br); Javier Tolcachier, jornalista da agência Precenza e articulador do Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América (FCINA); Monica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo; Patrícia Villegas, jornalista colombiana e presidente da Telesur; e o anfitrião do evento João Paulo Rodrigues, coordenador do MST.
Assista a íntegra da mesa “Os desafios da democracia na América Latina”
Quem domina a informação digital no Brasil?
“Minha geração acreditava que a liberdade de expressão, sobretudo a de imprensa, seria conquistada nas trincheiras, palanques, manifestações. A tecnologia acabou nos dando um cavalo de pau”, apontou Fernando Morais ao abrir os debates.
“O mundo inteiro está sofrendo os resultados do que imaginávamos que talvez pudesse ser uma luz na escuridão: o surgimento da internet como instrumento de comunicação”, complementou, ao recordar que a esperança inicial acabou se mostrando uma ingenuidade.
“Quem são as pessoas que dominam a informação digital no Brasil? Não é o Barão, não são os blogues e sites citados aqui, mas o louco sul-africano Elon Musk, um comerciante que vem desafiando o mais alto poder brasileiro – o Supremo Tribunal Federal –, para se defender de um crime que ele confessou, que é a manutenção do X sem absolutamente nenhuma sustentação de legalidade, e fazendo o uso que ele faz”.
Citando exemplos do papel que a internet e a comunicação podem jogar a favor favor e contra nós, ele lembrou a primeira manifestação pública na rede, às vésperas das eleições para o chefe de governo na Espanha em 2004, quando uma bomba foi explodida na estação de metrô de Atocha, em Madri, matando 200 pessoas.
Na época, o chefe de governo espanhol, José María Aznar, “imediatamente difundiu para o mundo inteiro, não como uma futrica, mas oficialmente”, que o responsável pela bomba era o ETA, braço armado do movimento de libertação basca, porém a Al Qaeda reivindicou a autoria do atentado. “O que salvou a eleição e permitiu que fosse eleito o José Luis Rodríguez Zapatero, por um fiapo de cabelo, foi a internet, que desmentiu a canalhice do José Maria Aznar”, destacou.
O outro exemplo, no sentido contrário, foram as eleições de 2018 no Brasil. “O que deu a vitória ao Bolsonaro foi a chuvarada de mentiras falsas, sem que houvesse tempo de desmenti-las ou que por serem tantas vezes repetidas se converteram em verdade. E estamos vendo coisas semelhantes neste momento na eleição para a prefeitura de São Paulo”, alertou.
Ele também destacou a fragilidade dos estados nacionais frente à difusão planetária da internet, citando uma das cenas de “Snowden”, filme de Oliver Stone, que dá a dimensão do controle: “se a gente quiser, é possível apagar as luzes do Japão inteiro num minuto”, diz um dos responsáveis pela inteligência dos EUA.
Aliás, sobre a vigilância estadunidense, Morais citou um exemplo pessoal. Na escrita do segundo volume da biografia do presidente Lula, ele vem tentando, com dificuldades, desenterrar dos órgãos de inteligência dos Estados Unidos todos os registros e documentos referentes ao líder brasileiro.
Os números impressionam: 819 documentos (613 apenas da CIA) e mais de 3 mil páginas sobre Lula. Dezenas envolvem as relações políticas entre o então presidente e a ex-presidente Dilma Rousseff, seus contatos com o Oriente Médio e a China, os planos militares do nosso país e, obviamente, os temas relacionados com a produção de petróleo e a Petrobras, em particular na época do pré-sal.
Esses episódios evidenciam “mais do que qualquer outro discurso, que temos de nos juntar de maneira organizada e como um bloco geopolítico”. O caminho a seguir? “A rota é o Sul Global, o BRICs com os chamados “BRICs e extensão”.
“Cada um tem que contribuir com sua parte na unidade a ser criada”, destacou Morais, ao propor um “Foro Digital de São Paulo” e uma articulação entre jornalistas nacionais e estrangeiros e governos e chefes-de estado progressistas para que se possa, de fato, “enfrentar esse monumental dragão que já está queimando as nossas canelas com seu fogaréu”.
Plataforma soberana para a região
Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil, deu uma aula sobre a internet ontem e hoje no continente. Ela trouxe as principais semelhanças no modo como os veículos de mídia latino-americanos se desenvolveram, sempre “dominados pelo setor econômico predominante de cada país” e em torno de “um projeto político de poder e de uma ideologia dominante”.
O desafio, agora, é pensar um projeto de integração capaz de enfrentar esses “poderes econômicos encastelados” neste momento de transição tecnológica, com o advento da internet comercial que impactou a produção, a distribuição e a aquisição de informação nos vários países.
A internet, explicou Mielli, não é a mesma coisa que o Facebook ou o WhatsApp, mas um “conjunto de protocolos internacionais que conectam um terminal a outro e permitem uma comunicação descentralizada”. Lembrando que “não foi a internet que criou a espionagem, nem a desinformação ou concentração econômica”, ela trouxe um breve panorama de como a rede se desenvolveu e seus principais entraves hoje.
No começo, houve um período de liberdade na rede. Não havia ainda “uma presença tão forte do poder econômico atuando na internet, cujo impacto foi, de fato, muito positivo para a liberdade de expressão e para a democracia”. O problema, porém, “é que o capital se reorganizou”, a partir da crise de 2008, quando passamos “a ter uma mudança de comportamento da organização do capital que, em busca de novas formas de acumulação, colocou como o seu principal oponente o estado de bem-estar social e a democracia”.
A partir de 2008, “muitos governos progressistas da América Latina e de outros países começaram a retroceder e a economia passou a se basear numa outra lógica de acumulação, a partir dessas grandes plataformas digitais”. Hoje, vivemos uma fase em que elas dominam não só no Brasil, mas todos os países e na América Latina.
As plataformas digitais se estruturam a partir da coleta de dados que é estratégica, afinal, não se trata de um dado isolado desta ou daquela pessoa, mas de informação. E “informação é poder”.
“Essas empresas, que são globais e atuam nos países sem nenhum tipo de regulação, extraem as nossas informações e com elas, construíram um arcabouço de capacidade tecnológica e digital de prever movimentos econômicos, crises climáticas, tendências de todos os tipos que alimentam o poder que elas já têm, porque agora elas conseguem prever e se antecipar, usando as informações a seu favor”, detalhou.
Voltado a extrair a maior quantidade dos nossos dados possíveis, o modelo de negócios dessas plataformas, a chamada economia da atenção, se baseia num sistema de recompensas (likes etc.) “para ficarmos permanentemente conectados, engajados, interagindo com conteúdos que nos sequestram cognitivamente não a partir da consciência crítica, mas da emoção”, complementou.
Em termos de propostas, Miela foi no ponto: “Quem sabe a comunicação para a integração da América Latina não seja a gente pensar em alternativas de plataformas soberanas para a nossa região. É um desafio? É. Mas temos que começar de algum lugar”.
Que projeto vamos comunicar?
Qual projeto nós vamos comunicar? Qual o projeto na América Latina nos permite construir uma política de hegemonia no campo das ideias? Vamos nos comunicar para defender o quê? Estas e outras questões foram levantadas pelo o anfitrião da noite, o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues.
Destacando que a tecnologia é mais do que as redes sociais, é um modo de organização da vida das pessoas, do mundo do trabalho, da exploração da mão de obra, Rodrigues lembrou que nos últimos cem anos, quem melhor organizou a comunicação no campo democrático foi o movimento sindical e “com muito mais eficiência na vida real”.
Neste sentido, “discutir a questão da tecnologia é uma novidade difícil para os que precisam fazer a transição do ponto de vista político”. Ele também destacou que a América Latina é um reservatório desse modo de organização sob a forma de formato de partido, sindicato e movimento popular. Agora, porém, com as plataformas das redes sociais, surgem novas formas de organização.
“Somado a isso ressurge um fenômeno antigo, com muito mais força, que é o fascismo da extrema-direita se transformando em um movimento de massa”, analisou Rodrigues ao elencar cinco pontos que podem ajudar a avançar o debate sobre a integração.
O primeiro é a construção pela esquerda das bases de um projeto para a região capaz de conferir unidade à integração e “ela parte, primeiro, da economia. Não nos iludamos, o que decide a vida das pessoas na vida real dos governos é a economia. É o modelo econômico que nós vamos querer. Esse é o combustível necessário para pensarmos uma política de comunicação que defenda o modelo que queremos, apontou.
O segundo ponto é o papel do Estado. “Os Estados na América Latina, de modo geral, são muito frágeis para as nossas atribuições. Eles são fortes para nos reprimir, mas frágeis para construir o que precisamos. Que Estado queremos para o próximo período?”, perguntou.
O terceiro ponto é o componente ideológico, a disputa das ideias na sociedade, os elementos culturais, da comunicação e da educação que podem contribuir para a integração, citou ao observar a ausência de um feriado ou uma data comemorativa comum aos países da América Latina.
Por fim, ele destacou que o debate sobre a integração precisa de “um comando nas esquerdas organizada que dialogue com os comandos dos governos eleitos e constituídos”. Pela primeira vez na história recente, destacou João Paulo, “a esquerda governa o México, a Colômbia e Brasil. Isso não é pouca coisa do ponto de vista simbólico”.
“A América Latina continua sendo uma reserva de luta. Porém, discutir a comunicação só terá sentido se tivermos debatido qual a integração que vamos querer para o próximo período. E como isso vai acontecer nesta fase”, complementou.
Falsas liberdades da extrema-direita
Secretária executiva do Foro de São Paulo, Monica Valente trouxe um panorama dos desafios da conjuntura, com foco na disputa política no continente em meio à reorganização do capital, “por meio de iniciativas das transnacionais, do imperialismo e do sistema financeiro internacional”.
Após a pandemia da Covid-19, “você praticamente não ouviu mais falar de Estado Mínimo”, houve um parênteses dos meios hegemônicos mundiais em relação ao tema do Estado e do modelo neoliberal. Após a pandemia, porém, eles voltaram “em uma espécie dobrada de aposta no modelo neoliberal”.
Essa dobrada de apostas, aponta Valente, está sendo hegemonizada e dirigida pela extrema-direita. Primeiro, porque houve um enfraquecimento do centro político no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile. Em todos esses lugares, “quem hegemonizou a disputa política pelo modelo de sociedade nas últimas eleições foram o campo de esquerda e progressista e, do outro lado, o da extrema-direita. Não estava mais o Macri na Argentina ou os tucanos no Brasil, mas Milei e Bolsonaro”, exemplificou.
A centro-direita minguou, afinal, “é difícil disputar uma eleição dizendo que não vai ter mais SUS ou que você vai cortar o dinheiro e transformar as universidades públicas em privadas”, porém, a extrema-direita encontrou um jeito e se organizou para fazer a disputa política defendendo ideias de não-Estado e usando um falso discurso de liberdade.
“Liberdade para você vacinar seu filho. Liberdade para você educar seus filhos em casa, então não precisa de escola pública. Liberdade de não ter nenhuma regra de aposentadoria e direitos trabalhistas”. Com isso, “nós da esquerda, que por definição sempre fomos anti-sistema capitalista, viramos os conservadores do pedaço”.
Em sua avaliação, o tema da democracia tem que ser reapropriado pelo campo de esquerda, entre outras coisas, para não deixar “que essa bandeira seja hegemonizada pelos que defendem a democracia representativa dos seus interesses”.
“Se não colocarmos as pessoas em movimento e não criarmos coletivamente a disputa política, de poder, de ideia, de hegemonia em torno de um projeto de integração na América Latina, ficaremos sujeitos ao que disse Elon Musk sobre a Bolívia: ´Vamos dar golpes em quem quisermos´, um retrato das disputa política, hegemônica e econômica em que estamos”, destacou.
Democracia formal vs. democracia real
Trazendo as principais intentonas golpistas no continente, o jornalista Javier Tolcachier abordou o futuro da democracia, destacando que “a situação atual responde às necessidades das elites do capitalismo financeirizado, e de um marco geopolítico cada vez mais adverso às pretensões de poder hegemônico dos Estados Unidos frente ao avanço do multilateralismo”.
“Além de tentar expulsar as lideranças populares e de violentar a soberania e a autodeterminação de nossos povos, o que se pretende, em última instância, é destruir a paz na região, uma grande conquista, gerando caos e violência para impedir o avanço da vontade popular”, alertou.
Em sua avaliação, a prioridade do campo progressista e de esquerda é fechar o passo deste ataque frontal ao pouco que resta de democracia; e avançar para conter “a beligerância armada na América Latina e no Caribe, a ameaça principal do momento conjuntural”.
Tolcachier também defendeu a necessidade de se renovar as utopias e regenerar o sentido da palavra democracia, diferenciando a democracia formal da democracia real. “Os meios hegemônicos do sistema lançam e sustentam o discurso permanente sobre a importância da democracia formal. Esta é a primeira coisa que temos que cortar das nossas agendas e denunciar como mentira. Essa não é uma democracia”.
“A democracia formal supõe que os povos elejam livremente seus candidados uma vez a cada certo período”, no entanto, o que vemos é “a manipulação prévia das candidaturas, a imposição dos sistemas de segundo turno, a falta de cumprimento das promessas e dos programas nas campanhas, a disparidade de recursos com entre distintas candidaturas etc”.
Ele também destacou a volta da extrema-direita, que lembra as velhas ditaduras, e “aspira liquidar toda a noção de ação coletiva, considerando o individualismo excludente, competitivo e totalmente longe de qualquer sensibilidade social, como um princípio e um fim, alfa e ômega da realidade social”.
“Não é possível uma democracia política sem democracia econômica, sem democracia comunicacional, sem democracia plurinacional, sem democracia de gênero etc. Essa é a nova utopia: a democracia total”, afirmou.
“Um novo conceito, uma nova prática da democracia deve consolidar uma democracia multidimensional que permita que as estruturas em que subsiste o impulso da concentração antipopular e neocolonial sejam substituídas”, complementou.
Em sua avalição é preciso fazer uma aliança entre os estados progressistas e o setor da comunicação comunitária, “para que as práticas diárias da comunicação reflitam as necessidades reais da população”. Ele também defendeu uma forte alfabetização com enfoque crítico sobre as plataformas digitais e sua regulação” e destacou a importância crucial da transformação coletiva no campo da subjetividade.
“Dificilmente poderemos aspirar a uma sociedade solidária, equitativa, colaborativa e de verdadeira liberdade crescente para todas e todos, se os oprimidos continuarem pensando e sentindo igual aos opressores”, salientou.
Construção de uma identidade comum
A jornalista e presidente da Telesur, Patricia Villegas, fez em vídeo encaminhado para o evento, uma defesa contundente da integração da comunicação dos países no continente, relatando os principais episódios da “bomba atômica midiática’” que cobriu a Venezuela nas eleições em julho.
Ela defendeu, como urgente e necessária a integração da região. A orientação foi precisa: “Como disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, vamos trabalhar sobre questões que temos acordo, naquilo que há consenso e não em temas em que existam divisões e maneiras distintas de pensar a realidade própria e a regional”.
Em sua avaliação é preciso dar um salto, não só na construção de um grande meio de comunicação latino-americano e caribenho, como a Telesur, “mas saltos quânticos, por urgência e necessidade, na articulação não somente dos meios públicos, mas de alguns meios privados e de todo o ecossistema digital”, para termos “uma experiência de comunicação real, verdadeira e influente em termos de impulsionar a ideia-força da integração latino-americana e caribenha, tão absolutamente necessária”.
Definindo a cobertura das eleições de 28 de julho e seus desdobramentos como uma verdadeira “bomba atômica midiática”, ela destacou que o grande objetivo da oposição foi pôr em dúvida o resultado da eleição venezuelana, e detalhou os principais episódios da construção da fraude eleitoral pelos grandes atores globais e a oposição local.
Ela também falou como o governo tentou criar anticorpos contra o golpe. A própria estratégia eleitoral abrangia os meios de comunicação, as redes sociais e as paredes, ou seja, a comunicação física. Naquela noite, relatou a presidente da Telesur, “a institucionalidade tentou estar em todas essas plataformas digitais, nos meios tradicionais e nos meios alternativos, com as vozes que poderiam guiar a população frente a situações extremas”.
Villegas também ressaltou o papel da rua e da realidade concreta como o grande cenário da disputa política e, portanto, da disputa comunicacional. “Quando há vazio, ele sempre é aproveitado pelo outro grupo. Quando não há comunicação, quando não há informação sobre o que está acontecendo, obviamente, o adversário com maior capacidade e poder de fogo corre com vantagem”.
Ela citou, por exemplo, a presença do comunicador de rua, “absolutamente essencial no ecossistema informativo de Venezuela, utilizando canais informais para informar e mobilizar a população”. E da presença dos próprios atores governamentais nos meios digitais e canais de comunicação.
Hoje, “você põe um microfone em qualquer cenário na Venezuela, em qualquer mobilização, e as pessoas falam. É um povo comunicador e isso tem uma razão: a comunicação na primeira linha de batalha. O conceito do povo comunicador destaca justamente a importância de que todos os cidadãos sejam ativos na criação de conteúdo. Este enfoque democratiza a comunicação e empodera as comunidades para expressar suas realidades e suas opiniões”, destacou.
Em sua avaliação, o dano da eleição foi brutal no âmbito internacional, e “sem a janela da Telesur, o apagão informativo teria tido consequências ainda hoje imprevisíveis”. Ela também lembrou que o ataque à democracia não se restringe à Venezuela.
“Enquanto eu falo, você pode imaginar alguns dos nossos países, e se tivéssemos tempo, poderíamos ver e analisar essas bombas atômicas midiáticas e digitais sobre os governos progressistas e populares da nossa região e do mundo”, afirmou.
“Para mim, um grande antídoto contra a grande ofensiva comunicacional é a articulação das nossas forças e nossos lugares comuns. Essa articulação é fundamental para a construção de uma identidade e uma cidadania latino-americana e caribenha”, complementou.