
A passeata em São Paulo neste sábado (15) em solidariedade ao povo palestino e em repúdio ao genocídio promovido pelo estado nazi-sionista de Israel superou as expectativas e reuniu milhares de manifestantes. Foi o maior protesto desde o início da carnificina comandada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e fez parte da “Marcha Global para Gaza”, iniciativa mundial organizada por movimentos populares e entidades de direitos humanos. O ato teve início na Praça Roosevelt e terminou na Praça Charles Miller, na capital paulista.
por Altamiro Borges
Cresce a pressão por sanções do Brasil
A pressão pelo rompimento das relações segue ganhando força. Na semana retrasada, um abaixo-assinado com 12 mil nomes de artistas e personalidades foi entregue ao presidente Lula durante sua visita a Paris. Entre as adesões, Chico Buarque, Wagner Moura, Letícia Sabatella e Ney Matogrosso. Já nesta quarta-feira (11), a Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal) entregou ao ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República, um documento propondo medidas concretas de sanção ao estado sionista. O texto também apresenta um resumo atualizado da tragédia nos “613 dias de genocídio”.
Os números assombrosos do genocídio
O número de crianças exterminadas é de 18.197. As desaparecidas sob escombros são 4.000. No total, 22.197 crianças assassinadas. No Brasil, seriam 2,1 milhões. Em Gaza, morreram nas mãos de ‘israel’ 10.000 crianças a mais do que em todas as guerras no mundo entre 2019 e 2022, de acordo com os levantamentos da ONG Save the Children. Além disso, 40 mil crianças ficaram órfãs de pai ou de mãe por causa das bombas de ‘israel’. De pai e de mãe, foram 17 mil.
O índice de extermínio de mulheres é igualmente chocante. Contando com as 700 desaparecidas sob escombros, cuja chance de serem encontradas com vida é praticamente nula, são 13.100 pessoas do sexo feminino exterminadas por ‘israel’ desde o 7 de outubro de 2023. Pelo menos mil delas estavam grávidas. Aumentaram em 300% os abortos involuntários e, nos próximos nove meses, até 60 mil palestinas de Gaza deverão dar à luz sem as mínimas condições sanitárias, com hospitais destruídos, em barracas, sem comida ou medicamentos e na ausência de um profissional de saúde. Afinal de contas, 1.411 deles foram assassinados pela invasão sionista, 1.500 foram feridos com gravidade e 500 sequestrados e levados para os campos de concentração de ‘israel’.
A expectativa de vida em Gaza, que era de 75,5 anos até o início do genocídio, caiu para 36 anos (homens) e 44 anos (mulheres). Os que não morreram, estão feridos com gravidade ou mutilados (133.315). Setenta por cento são mulheres e crianças. Noventa e dois por cento das residências estão destruídas. Se o genocídio terminasse hoje, por algum milagre, seriam necessários até 14 anos para remover os escombros de Gaza” – registra o site da Fepal.
Medidas concretas contra o estado sionista
O documento “reconhece e agradece ao governo Lula pela posição diplomática de denúncia do genocídio em curso, mas pede que o Brasil rompa relações diplomáticas e econômicas com Israel, assim permanecendo até que este regime reconheça a totalidade dos direitos nacionais, civis e humanitários do povo palestino, dentre eles o reconhecimento de seu estado”. O texto ainda pede, como ajuda humanitária, “que o Brasil leve a Gaza um hospital de campanha, integrado por equipes do SUS e das Defesas Civis estaduais, devidamente equipadas, para que auxiliem no atendimento à saúde do povo palestino sob cerco e ataque há 613 dias”.
“Esperamos que o governo brasileiro, além de nos atender no pedido de rompimento com o regime genocida de ‘israel’, também encaminhe positivamente nossos outros pedidos, que têm intuito humanitário imediato na saúde, para salvar as centenas de milhares de palestinos feridos e doentes, no quesito dos direitos humanos, enviando delegação de parlamentares e especialistas que verifiquem os crimes israelenses no terreno, assim como para aliviar a dor dos repatriados de Gaza, que esperam poder retirar seus familiares do campo de extermínio em que foi tornada a região”.