O fascismo odeia a cultura. Prova disto é a política de terra arrasada imposta por Jair Bolsonaro. Em mais uma ação contra o setor, o laranjal decidiu agora cortar R$ 36 milhões de cinco órgãos ligados à Secretaria da Cultura, hoje dirigida pelo picareta Mario Frias. O corte pode ser fatal para estes órgãos.
Segundo reportagem da Folha, “o Ministério da Economia bloqueou ao menos R$ 36 milhões de cinco órgãos da Cultura. Segundo pessoas ligadas à área cultural, isso pode inviabilizar a realização de diversos projetos”. A planilha obtida pelo jornal evidencia a gravidade dos cortes orçamentários.
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) teve o maior bloqueio de verbas – de R$ 13,5 milhões. Em seguida aparecem a Fundação Biblioteca Nacional (corte de R$ 11,7 milhões); Instituto Brasileiro de Museus (R$ 10,4 milhões); Fundação Cultura Palmares (R$ 1,2 milhão); e Fundação Casa de Rui Barbosa (R$ 122,8 mil).
“Servidores da Funarte afirmam que o bloqueio é ainda maior do que o divulgado na planilha, sendo de R$ 14,7 milhões. Segundo eles, esse bloqueio irá comprometer todo o planejamento da instituição e inviabilizar projetos, como a Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga”, descreve o jornal.
Parlamentares da oposição já informaram que questionarão os cortes. Segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), vice-presidente da Comissão de Cultura da Câmara Federal, não houve publicação de nenhum decreto ou portaria para realizar o bloqueio. Ela afirma que “o dinheiro, que já estava na conta, sumiu”.
Já Sérgio de Andrade Pinto, presidente da Associação de Servidores do Ministério da Cultura (Asminc), afirma que o bloqueio inviabilizará o setor. “A área da cultura já tem sido muito prejudicada pelo reducionismo da sua estrutura. A evasão de recursos irá piorar esse quadro.”
Redução drástica no Orçamento
Na prática, o laranjal fascista investe abertamente para destruir a cultura. Enquanto Mario Frias, o quinto canastrão a ocupar a tal Secretaria Especial, faz vídeo patético sobre os “heróis nacionais” e ameaça o humorista Marcelo Adnet, a dupla Bolsonaro-Guedes vai cortando recursos para o setor.
E o pior ainda está por vir. Segundo informa Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital, o Orçamento de 2021 apresentado pelo governo prevê um corte de 78% na verba destinada à cultura. “A proposta enviada ao Congresso prevê redução de recursos da ordem de R$ 9 bilhões (de R$ 11,6 bi em 2020 para 2,5 bi em 2021, mais de 80%) no orçamento do Ministério do Turismo, ao qual a Secretaria Especial da Cultura é vinculada”.
“Se essa orientação se confirmar, será o colapso total de museus, fundações, política audiovisual, patrimônio histórico, entre outros setores”.